Vida na Alemanha

Olá pessoal,

Escrevo aqui mais uma vez para vocês. Ta certo que só havia escrito uma vez, há algum tempo, mas o que vale é a intenção de falar como foi a minha experiência de um ano de Alemanha. No começo, foi um pouco difícil a adaptação, pois o sistema de ensino é bem diferente e a língua também. Por exemplo, só tive uma prova de cada matéria ao final do semestre, o que já foi complicado, pois no Brasil temos duas ou três provas por semestre, cada uma com parte da matéria e as que tive lá eram com a matéria toda do semestre, ou seja, muita coisa para estudar para uma prova só. Outro problema que tive foi encontrar quarto para alugar na cidade em que era minha faculdade, passei quatro meses procurando e não achei, então morei em outra cidade à uma distância de uma hora e meia de trem todo dia para ir e voltar das aulas, mas me acostumei e no final até vi que foi a melhor coisa que fiz.


As provas do primeiro semestre foram bem complicadas, pois eu só havia aprendido o Alemão básico e não dava para responder a questão, interpretar e pensar na resposta ao mesmo tempo. Fiz quatro cadeiras: Fenômenos de Transporte, Engenharia de Processos, Microbiologia, e o curso de Alemão, e só passei no curso. É para quem não tinha reprovado nenhuma cadeira foi bem difícil de aceitar, mas pensei que o meu principal objetivo era aprender o idioma, se passasse nas cadeiras era ótimo, mas como não deu, segui em frente e me esforcei para aprender Alemão. No segundo semestre, fiz quatro matérias novamente: Cultura de Células, Biotecnologia Molecular, Inglês Prático e o curso, e me matriculei em dois cursos de Alemão fora o da universidade, um de conversação e um de nível intermediário. Me dediquei muito nos cursos e para passar nas provas. O esforço valeu a pena, passei em todas as cadeiras e nos cursos. Cheguei na Alemanha sem saber quase nada de alemão, só algumas palavras e saí de lá com um nível B2 completo.

Aprendi muito com esse intercâmbio, não só o novo idioma, mas a conviver com pessoas totalmente diferentes, a limpar casa, a fazer comida e a ver que há lugares do mundo em que tudo funciona da forma correta. Fiz muitos amigos, muitos brasileiros e poucos alemães. Hahahahaha Mas faz parte, os alemães não são um povo muito aberto a novas amizades, eles tem amizades sólidas, mas essas são antigas. São pessoas muito educadas e que vivem suas vidas, não se importam com a vida dos outros. Com as amizades brasileiras, aprendi que o Brasil é bem maior do que eu pensava e que têm muitas diferenças, que vão do sotaque ao que se come, mas que apesar disso brasileiros são pessoas receptivas, parceiras, amorosas e que gostam de ajudar o seu próximo. Além disso tudo, ainda conheci lugares que nunca imaginei que conheceria, alguns nem sabia que existiam, cidades incríveis.

Essa oportunidade que o Ciência sem Fronteiras me deu, foi algo que não esquecerei. Toda experiência pessoal, profissional e acadêmica que tive foram e ainda vão ser muito importantes para minha vida. Conhecer novos lugares e novas pessoas de várias partes do mundo e enfrentar dificuldades de um novo mundo, de um novo ambiente é essencial para cada um. Hoje estou fazendo um estágio na empresa Biocant, no laboratório de Sequenciação Genômica que pertence à Universidade de Coimbra em uma cidadezinha em Portugal perto de Aveiro. Tive essa oportunidade graças ao CsF e às pessoas que conheci. Está sendo uma experiência muito boa. Ficarei aqui até final de Janeiro. Aos que tiverem a oportunidade de fazer um intercâmbio, não a percam, pois é uma experiência incrível e aos que quiserem dicas ou ajuda sobre a vida na Alemanha e a vida sozinho pode perguntar que estou à disposição!


Abraços a todos!

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